quinta-feira, 17 de março de 2016

Vale a pena se privar de tudo para a IF?


Uma questão recorrente que aparece nas discussões sobre Independência Financeira é se vale a pena se privar totalmente de "curtir a vida" em prol de canalizar totalmente seus recursos. A questão de viagens e lazer, como devemos levar? Deixarei meus 2 cents para a filosofia pobretônica. Vamos analisar se viajar e ter atividades de lazer quanto aos efeitos disso para o enriquecimento.

Pobretões devem ou não viajar?

Tipos de viajadores retardados

Sabemos que queremos ser ricos, mas temos também que saber o que não queremos ser. Se você ainda não chegou à IF, não seja destes tipos de viajante.


Viajadores mochileiros compulsivos

Esses são os retardados que passam por 30 países em 2 dias só para tirar fotos como se isso agregasse alguma coisa na vida deles além de fotos ridículas para compartilhar no facelixo com os amigos chimpas ou colegas do trabalho. Isso não agrega nada e ponto. A não ser que você consiga bater um recorde do Guinness. Obviamente deve ser legal fazer um "mochilão" pela Europa, mas ficar menos de um dia em um país só para dizer que "passei em X países" é mongolidade extrema.


Viajeiro pródigo huehuehuebr miserável

O cara (ou a mulher) não necessariamente é miserável. Tem um emprego mediano ou bom, mas não tem casa própria, não tem um carro razoável (ou nem tem carro), não tem dinheiro investido e mesmo assim viaja para a Europa todo ano, para a Ásia, para os EUA mesmo com o dólar caro. Enfim, esse é o viajador pródigo retardado típico. Isso tá ficando muito comum entre todos os tipos de pessoas, mas vejo mais mulheres bonitinhas de família boa. Elas fazem isso porque sabem que mesmo depois de não serem mais tão novinhas, ainda vão conseguir arrumar um trouxa com mais dinheiro que elas, não tendo que se preocupar com conforto. Já homem tem que se ligar, não pode fazer isso, e tem que pensar mais em acumular patrimônio, carro, imóvel, a porra toda. Para o bem e para o mal é assim, mulheres vivem muito mais o presente que nós homens. Aliás, repare como ser pródigo em viagens é um comportamento predominantemente feminino. Já conheci uma mulher, de cerca de 40 anos, que tinha um salário muito alto (15mil+) e que viajava direto, mas vivia endividada mesmo com seu salário altíssimo.
Prodigalidade, não precisa dizer, faz mal ao aporte e portanto aos investimentos. Viajar é caro, até pra quem já tem dinheiro.

Viajante carpe diem chimpa

Esse é o cara que não tá nem aí, enquanto o pródigo simplesmente estoura o orçamento, o carpe diem conscientemente privilegia curtir todo final de semana em vez de qualquer plano de longo ou mesmo médio prazo. É muito comum na galera de classe média/média alta. O cara é capaz de não pegar um emprego melhor porque tá com uma bosta de uma viagem em vista. Cada um com suas prioridades, mas só não venha me pedir dinheiro emprestado.

 

Viajante marketeiro lifestyle

Recentemente tem surgido uma categoria nova. O cara que não gostava do trabalho, tocou o foda-se, juntou todas suas economias e foi "viajar pelo mundo". Por ser carismático ou mesmo ter talento para enganar as pessoas, o indivíduo consegue vender para todos essa ideia de lifestyle como possível, viver viajando pelo mundo e mesmo assim ser rico e efliz: siga seus sonhos! Uma vida diferente é possível!
NÃO! Isso não passa de uma nova bolha. Um chimpa fez isso, conseguiu vários retardados que acreditaram. Dentre estes, um punhado decidiu fazer seus próprios vídeos e lançar a fórmula do marketingzinho e vender. Mais idiotas se impressionam e acreditam nisso. Não é uma conduta generalizável. Se todos passarem a viver a vida viajando o mundo e sem residência fixa, não haveria mais vagas em hotéis, hostels, airbnb, passagens de avião disparariam. A economia despencaria pois atividades como comércio e serviços dependentes do local simplesmente parariam. Não. Simplesmente não. Não é viável a não ser que você já tenha seu bom pé de meia, e tenha uma família riquinha financeiramente que possa te segurar ou te salvar em caso de algum imprevisto.

Viajante econômico... demais (o barato sai caro)

Essa aqui é para aquele pessoal que é garotão. Acha que sabe tudo. Que é o malandrão, espertão. Todo brasileiro tende a ser assim. Lembra aquela história do pessoal que viajou e ficou num quarto no AirBNB num país da Europa (Espanha ou Itália não lembro), fez compras caríssimas, saíram a noite e no outro dia suas compras foram subtraídas? Tem coisas ou situações que não vale a pena economizar tanto, situações que é melhor optar por segurança e não correr risco. Muita gente toma prejuízo também de agências de viagem picaretas. Se você vai comprar um pacote, não compre de agências duvidosas. Compre de uma bem conhecida ou monte você mesmo a sua viagem. Se o pacote é metade do preço de uma agência conhecida, tem alguma coisa errada, né, espertão? E se a diferença for de apenas 10%, pra quê correr o risco?

Minha opinião

Crítica feita e consciente das armadilhas, acho que vale a pena viajar sim. Porra, peraí, você tá louco? Acabou de esculhambar as pessoas que viajam? Calma. Peraí. Vamos manter a mente aberta.
NMO a frugalidade é um de conceito de equilíbrio, de gastar somente o necessário, não gastar com coisas fúteis. Mas viajar de vez em quando é algo necessário para o espírito o humano, ou o cérebro, se você preferir. A mente humana é a principal gerador de riqueza. É sua mente que te faz economizar, investir, empreender. Sem alimento para a mente, você não tem como enriquecer, pois é através da sua mente, seus conhecimentos e seu pensamento que você toma ações que te fazem enriquecer.

Acho que devemos viver algumas experiências de viagens, lazer qualificado,  e se possível cursos fora. Isso mesmo antes da total IF, porque:

  1. Viver algumas experiências te torna uma pessoa mais interessante, não só com as mulheres mas na vida em geral, para você mesmo. Você PRECISA conhecer outros lugares, ter hobbies como interesses particulares: andar de moto, fazer parapente, alguma coisa que goste;
  2. Em viagens e atividades de lazer você tem a oportunidade de socializar com outras pessoas, de uma forma natural, não forçada, que podem ser de um círculo social que te garanta melhores contatos profissionais e negócios. Você não conhece algum amigo que recebeu uma proposta de emprego ou fechou um negócio jogando tênis? Você não conhece um amigo que tem amigos em todo Brasil e nunca paga hotel?
  3. Viajar pode abrir melhor sua cabeça a novas maneiras de ganhar dinheiro. Por exemplo, a um tempo atrás era possível viajar pros EUA, comprar as paradas, revender aqui e ganhar dinheiro ou empatar com o custo da viagem (estou só dando um exemplo amigo chimpa, não venha criticar). Veja, se você pode viajar com custo tendendo a zero ou muito baixo, por que não?
    Viajando você vê como o povo vive, algumas coisas que podem estar mais avançadas você pode trazer para cá, como um produto novo ou um modelo de negócio novo. Foi assim que os caras do Peixe Urbano trouxeram para cá algo que já era moda a alguns meses nos EUA e faturaram bem por terem sido pioneiros aqui, se instalando mesmo antes do Groupon, que é de lá. Hoje o negócio já deu uma minguada em relação ao alvoroço que era no começo. Não é todo mundo que vai abrir um negócio apenas por causa de uma viagem. É só um exemplo.

Outra coisa interessante, você pode viajar de graça através do seu trabalho, da sua universidade, ou viajar de forma barata com pacotes de congressos acadêmicos, com taxas de hospedagem mais barata. Uma coisa que me arrependo é de não ter viajado mais nesses esquemas de faculdade, por total liseira e outras vezes mais tarde por impossibilidade devido o trabalho.

Enfim, NMO ficar no modo econômico ao extremo e não viajar nem fazer outras coisas para focar só no investimento pode até aumentar a eficiência do seu aporte, mas você paga um trade-off muito caro, não-financeiro E financeiro, pois você perde experiências (food for thought) que poderiam te gerar uma possibilidade de diretamente ganhar dinheiro. Tem coisas que não vale a pena cortar totalmente. Mas isso é outro texto.


Abraços e até a próxima! Sucesso financeiro!





4 comentários:

  1. Muito bom seu post.

    O melhor foi a encarcada no Rover, parei de ler aquele playboy depois de um post sobre como alugar carros de corrida e como um hippie mendigo virou herói a ser seguido.

    Abraços!!!

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    1. não tinha esse blog em mente quando escrevi.. só se for no subconsciente hehehe
      Onde tem essa história do mentigo?

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    2. Ele tinha escrito sobre um cara chamado Alexander Supertramp, estranhamente não achei mais o post. Hoje só tem uma citação.

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    3. Esse Supertramp é daquele filme "Into the Wild" (Da Natureza Selvagem). Um jovenzinho revoltado com a sociedade que vai viajar ficar meses na floresta do Alaska e acaba se fodendo legal (sem spoilers). É um filme legal, mas não para adotar como filosofia de vida pessoal.

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